segunda-feira, 6 de maio de 2013

Uma aventura no IC6


Dia 25 de Abril, (ainda) feriado, às 9h da manhã estavam 13 pessoas a carregar carros, preparar as motas para dar início a um dia entre amigos num misto de piquenique e caminhada para os lados do Piódão. A vida corria bem, era cedo, estávamos entusiasmados, com dois carros carregados de carne e pão para o almoço.


Iam eles todos gaiteiros IC6 adiante quando surge na estrada um bocado de pneu de camião. Ora a minha perícia como condutora permitiu-me pensar que se me desviasse para a direita batia nos pinos de um acesso ao IC6, se me desviasse para a esquerda encostava um dos nossos motards ao separador central correndo o sério risco de o deixar muito mal tratado. Assim sendo, tentei passar mais ao meio possível do pneu e deu-se um estoiro de tal ordem que não foi bonito de se ouvir.



Encostámos todos, olhámos para o carro, parecia inteiro apesar de um barulho grande e estranho que fazia. Decidimos andar mais um pouco a ver se se mantinha, e manteve-se o barulho. Sem saber qual o tamanho do estrago não poderíamos continuar a empreitada, os planos acabavam de ir por água abaixo.
Chamou-se a assistência em viagem, que mandou um reboque e dois taxis para levar os 5 marmanjos que seguiam no meu carro mais a bucha toda que levávamos na mala do carro. Chamou-se a polícia para fazer uma queixa formal dado que o lugar daquele pneu não era ali e as Estradas de Portugal têm como obrigação manter as estradas limpas para a circulação.
Claro que estas coisas demoram tempo. O 112 passou-me a chamada para a polícia de Coimbra, de Coimbra passaram-me para Arganil e isto manteve-me ocupada durante uns bons 20 minutos a explicar tudo direitinho a cada um a quem me passavam a chamada. Finalmente a polícia de Arganil lá disse que ia mandar alguém para averiguar a situação.
Depois de algum tempo ali na berma do IC6 a secar ao sol, já quase todos com bonés na cabeça e no fim de uma das nossas distribuir fatias de bolinho embrulhadas em película aderente, chegou a polícia (e agora só me vem à cabeça aquela música "Chamem a polícia, oh oh oh").
Os dois jovens polícias, bem dispostos e cheios de humor tomaram conta da ocorrência, no meio de tudo ainda soube que um deles era oriundo lá dos lados da minha Gândara, conhecíamos pessoas em comum e até andei na escola com o irmão dele, apesar de não me lembrar de tal pessoa. Levei uma lição prática de "como fechar o triângulo" que aqui a naba nunca tal coisa tinha feito e aquilo até parece que é preciso um curso.



Depois de tudo bem escrito e detalhado, lá chega o reboque, o meu azulinho sobe lá para cima e lá vai o desgraçado estrada fora, valha-nos o gasóleo que isso me poupou! Nós distribuimo-nos pelos taxis, conduzidos por dois senhores que mais pareciam fugidos de um lar de idosos, foram quilómetros de pânico e medo até Coimbra. 


 Ora dado que tínhamos tanta carne fresquinha, pãozinho molezinho, batatas fritas, água, minis e toda uma refeição nos carros, não demos o dia por terminado e seguimos para um parque de merendas desencantado não se sabe bem como em Arzila, nos arredores da cidade. A tarde foi passada a assar carne, a comer, a conversar, sentados em mesas ou deitados nas mantas que levámos para a sesta.
No fim de tudo foi um dia bem passado com aqueles amigos de sempre e os para sempre. No meio da desgraça toda conseguimos aproveitar bem o dia. Claro que à noite jogava o SLB deles e ainda se orientou um jantar cá em casa para assistir ao dito jogo.
A história terminou com o arranjo do carro que nem ficou assim tão mal tratado como seria de esperar e uma reclamação feita às Estradas de Portugal, que o arranjo não foi caro mas eu não nado em notas de 500€, e por muito boa pessoa que eu seja este incidente não fica por aqui, hei-de reclamar com quem tiver de ser para que o estrago me seja pago. Deixem-me acreditar que isso um dia vai acontecer.

Adenda: as Estradas de Portugal, simpáticas que só elas, descartaram-se da responsabilidade de manter as estradas limpas e não me pagaram nem um cêntimo pelo arranjo do carro. Quando tiver tempo reclamo de novo, hão-de gastar o dinheiro do arranjo em correio registado...

4 comentários:

Rato disse...

Deixa lá, o "azulinho" já está impecável! :)

Ângela disse...

Uma aventura este dia...mas terminou efectivamente MUITO bem!
Estamos todos bem, isso importa! E tu é uma óptima condutora!

Ângela disse...

Uma aventura este dia...mas terminou efectivamente MUITO bem!
Estamos todos bem, isso importa! E tu é uma óptima condutora!

Manuel Luis disse...

Esse pedaço de pneu, deveria ser retirado da estrada pelo motorista do camião, é um profissional, deve estar atento e o rebentamento dum pneu nota-se perfeitamente. Foi muito inconsciente esse motorista.
Tiveram sorte e se o pneu estivesse inteiro, o estrago poderia ser grave.
Bj